terça-feira, 1 de novembro de 2016

Amanhã

Acorda, levanta.
Põe a máscara, encanta.
Liga as luzes, liga a TV.
Mostra e conta do A ao B.
E como é bonito, e como é belo
Aterrar no chão sem chinelo.

Pausa, intervalo, almoço.
Cerra a cortina, roi o osso.
Volta ao palco. Sorri, conta histórias.
Ignora a fome das vitórias.
E como é bonito, e como é belo
Fazer a barba com cutelo.

Volta a casa, só num passo.
Segue as regras a compasso.
Vai na linha, assobia.
Sente o fel da maresia.
E já é hora de baralhar.
Apanhar jogo, voltar a dar.
Já é hora de baralhar.
Dormir; talvez não acordar.