sábado, 5 de março de 2016

RespirAr

Custa respirar. Não estou cansado mas custa respirar. Parece que um peso se afunda sobre o peito e me obriga aspirar o ar com a boca. Falta o ar. Não há ar suficiente no mundo. Preciso de espaço, de mais ar! Tragam o ar! Quero o meu ar de volta.

O coração sobe à boca banhando de sangue a garganta. Sabe a desespero, sabe a inquietação, sabe a angústia. A cabeça inchada e quente quer cair ao chão e as pernas bamboleiam para sustentar o peso da carcaça. Afinal estou cansado.

Abram as janelas, preciso de apanhar ar. Abram as janelas, quero sair. Abram as janelas, porra! Quero ir embora!