segunda-feira, 30 de março de 2015

Auto-Retrato

Olá!

Pus. Pus amarelo, pus verde. Os 2 juntos numa papa de pus. Visco. Sangue e pus. Sangue com pequenas creaturas minhoquiformes a rastejar e a comer a carne putrefacta da tua mãe morta. Um corpo sem braços com os ossos expostos no ombro sendo rapinados por aves e ratos doentes. Trampa. Qual trampa qual quê! É merda mesmo; BOSTA! Montes de bosta, com gente lá dentro a respirar bosta e a comer bosta. De vaca e de porco. Uma piscina inteira cheia de estrume e gente a dançar. O teu actor favorito, político, modelo, futebolista a merda que quiseres coberto de sémen de 1000 homens. O teu herói, pode ser o Papa ou o teu papá, todo esporrado e feliz da vida a inalar tudo o que pode pelo nariz. O mel-expecturação do teu chefe que vais barrar no pão. O gato atropelado, moribundo, a ganir pela vida, já com metade do focinho impresso no pneu dum carro qualquer, que vais ter de separar do asfalto com uma espátula. A tua querida irmãzinha estuprada.
O cheiro duma velha que mija nas cuecas, põe ao sol e volta a usar. Segunda a domingo. O naco de pelo e merda que se forma nos interstícios do cu e arrancas a custo. Aquele sabor agri-doce do vómito que sobe à garganta para voltar a  cair no estomâgo. Um pedaço de pele preenchida por um  mosaico de minúsculos buracos geométricos, como a casca viva de uma romã comida. A parte da frente de um acidente de comboio, aquela parte onde se vê os pedaços de gente a brotar do ferro fértil. A chaçina de milhares. Genocídio, fraticídio e suicídio. Cólera, dengue, bócia, AIDS, cancro e peste negra. Um imbecil, um cretino e um energumeno que entram num bar e...

Uma besta.

...e tu quem és?